sábado, 28 de maio de 2011

Aconteceu

Aconteceram as concordâncias, o toque sense das peles, o encaixe perfeito dos braços e costas em abraço longo, as frases completadas pelo outro, o afago involuntário. A música sumiu, a rua sumiu, as pessoas em volta eram vultos distantes que passsavam ora ou outra. Despidos de todo e qualquer verniz, estávamos em outra dimensão, constatando igualdades e afinidades, trabalhando diferenças, concordando com o inevitável. Vislumbramos nossos dias, nossa cumplicidade, nossos hábitos, nossos momentos; queríamos imediatamente o daqui a um ano, dez anos, todos os anos. As horas se perderam noite adentro, as portas baixaram, o sono silenciou a cidade enquanto nosso peito gritava por vida e por vigília. As mãos recusavam-se a se desatar e os olhos quiseram permanecer abertos indefinidamente. E ficou engraçada a certeza do amor e seu prognóstico.  E ficou estranho lembrar que estávamos apenas começando. 

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