quarta-feira, 23 de março de 2011

Crise

       Rejeitar e recusar-se a conversar são meios poderosos de tirar o equilíbrio, de enlouquecer alguém. São manobras que transferem a loucura das dificuldades de um para o outro, provocando desespero e surto. Quem já se relacionou com alguém que faz isso na hora da crise no relacionamento, sabe exatamente sobre o que estou falando. Sabe como é nocivo esse jogo que visa colocar as neuroses próprias para dentro do outro e o quanto pode destruir além do emocional, se não nos protegermos. 
       É importante não permitirmos que ninguém transponha nossos limites, invadindo nosso estado interior, mesmo que seja desta forma silenciosa.  É preciso abraçar sua própria alma e  perceber que aquilo não é seu, é da outra pessoa. Blindar-se e não cair nas chantagens que tentam nos fazer sentir culpa pelo que não fizemos. Não chorar, porque o choro convida a outra pessoa a continuar com o jogo. Demonstrar equilíbrio. A única defesa eficiente é manter a serenidade. A serenidade constitui uma barreira que devolve a loucura para a pessoa, voltando-a contra ela; tomar coragem e afastar-se é o que deve ser feito. E ter certeza absoluta que a falta e a dependência que você sente, a outra pessoa também sente, por menos que ela deixe parecer. Só depois de todos os destroços da explosão se assentarem é que será possível pensar e perceber todo o mal feito aos dois lados. Só então será possível conversar, reatar, resolver. 
       Enquanto isto não acontece, só a serenidade vai proteger a integridade. É um bom momento para aproveitar para pensar no quanto realmente este relacionamento está valendo a pena. Mas o mais importante agora é parar para pensar na nossa própria loucura que faz com que nos submetamos a isto.


Nenhum comentário:

Postar um comentário