quarta-feira, 20 de julho de 2011

Crise de Fé


A nossa fé pode falhar. Até Abraão viu sua fé falhar.
O incidente na vida de Abrão que está em Gênesis, de 12:10 a 13:4, é um instrumento de encorajamento.
Quando Abrão enfrenta a fome, ele vive o seu primeiro teste de fé. Em nenhum momento  Abrão é diretamente condenado por sua decisão de descer para o Egito quando a coisa apertou, mas o desenrolar posterior da história deixa claro que suas ações não derivaram da fé. Abrão não consultou a Deus, mas agiu independentemente e nem clamou pelo Senhor. Faltou fé a Abraão também quando ele quis fingir que Sarai era sua irmã em vez de sua esposa. Abrão escondeu-se debaixo da saia de sua esposa para ser protegido e abençoado, ao invés de fazê-lo nas promessas de Deus. No final, aconteceu justamente o que ele temia, pois o faraó acabou se interessando por Sarai. Abraão não foi vítima daquilo que temia; ele foi a causa do que ocorreu. Seu medo do futuro e seu incrédulo plano de ação é que realmente causaram o problema que se seguiu. Muitas coisas que tememos são autoinfligidas.
Deus deixou que Abrão falhasse e escorregasse até que sua situação ficasse aparentemente sem esperanças. E de repente, sem nenhum aviso, Deus interveio na vida de Abrão, trazendo a praga ao palácio do faraó.   
Sabemos que a fé de Abrão falhou. Mas este fracasso dele não frustrou os planos de Deus para a sua vida. Enquanto nossa fé falha, Deus não falha. Ele compreende as nossas dúvidas perfeitamente, até porque duvidar é muito diferente de negar. Deus abraça a nossa dúvida, a falha da nossa fé, e não muda os planos d'Ele para a nossa vida.
Fé verdadeira em Deus é uma fé que cresce. Portanto, mesmo com a sua dúvida e os seus questionamentos, Deus continuará do seu lado, e depois que a crise interna passar, sua fé se mostrará fortalecida. Com toda certeza.

“Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo; o teu galardão será muito grande.
Ribeirão Preto, 20 de julho de 2011

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Só meu


Então você mostra que o amor é só meu, o entusiasmo é só meu. Os planos, os sonhos, o desejo, a dedicação, o zelo. Que o tempo todo tenho estado solitária nos anseios, nos delírios. Eu agora precisava ardentemente que você estivesse ansiando também, delirando também. Juro, eu não sei acender depois que apago, então não me deixa apagar não... Não me deixa apagar. Porque talvez nossos caminhos possam mesmo andar juntos nesse labirinto energético do universo tão difícil de entender e quando você vier me fazer companhia nos sentimentos, tudo precisa estar ainda vivo dentro de mim. Então, não me deixa apagar não. Porque tudo indica que somos para ser. Então... não vá me dizer que você também só vai me dar valor depois que me perder... Não, por favor, você não.

domingo, 10 de julho de 2011

Listas, velas e flores

Então fico aqui tentando preencher os momentos que seriam nossos com afazeres inúteis. E faço listas alucinadas, listas e mais listas. Algumas saem da cabeça e chegam a ir para o papel. Listas de ingredientes para um almoço que quero fazer pra você, de orientações e atenções que preciso dar às caçulas, de frases que precisam estar no discurso sobre o amor na comemoração do nosso casamento, de objetos que deverão enfeitar a mesa de vinte lugares em almoços de família. E fico pensando onde posso encontrar bastão de baunilha natural e ralador de noz moscada. Fico ensaiando como ensina-las a cuidar dos cabelos e dos sentimentos. Busco na memória os versículos do capítulo 13 de Corintios 1, perguntando-me quem poderia ler enquanto trocamos as alianças.  E imagino flores em vasos individuais, velas em castiçais baixos que enfeitem a mesa toda e não atrapalhem a conversa animada da grande família nos almoços dominicais. Fico nos casando assim, como se pudesse materializar um antídoto para o veneno da distância. E o coração vai ficando espremido, batendo depressa e atrapalhando o raro sono.  A incerteza trazida pela ausência me deixa assim insensata, abestalhada, insana, e a esperança vai minguando enquanto assisto a minha insignificância.

“Bebe o brilho dela até entender” (Taiguara)