A janela do word espera hoje por palavras leves, positivas, animadas. Na falta delas, levanto-me mais uma vez para um café ou talvez um pedaço de doce que sobrou do domingo. Volto a encarar o espaço branco e, definitivamente, não tenho leveza, positivismo e animação hoje para dar.
Não tenho elogios, mas lamentos. Preocupada com algumas coisas, triste com outras, desanimada com terceiras. Tem dia que se somam tantos desarranjos que a alma da gente fica acuada e o corpo se abandona em uma espécie de paralisia, enquanto a mente trabalha sôfrega e contra-producentemente.
Se eu conseguisse ser racional, faria uma lista dos problemas, enumeraria os de solução possível e reconheceria os que não dependem de mim, buscaria conformação e pronto.
Chorar alivia ou enfraquece?
Poderia esquecer o trabalho por alguns minutos e escrever um poema, um conto, uma lista de supermercado, qualquer coisa que derretesse o gelo entre os dedos e o teclado.
Na vidraça, uma rosa suferino me acena, deve ter desabrochado durante a noite, com pulgão e tudo...

